quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Neta do Senhor Linh

Por sugestão da Virgínia do Carmo @ O Lugar dos Sentidos
"A Neta do Senhor Linh”, de Philippe Claudell
Ed. Asa, 2006

"Trata-se de uma estória comovente, um relato impressionante que nos transporta de um cenário de guerra dolorosamente trágico para um acolhedor mundo inventado onde um velho homem abraça e cuida permanentemente da sua pequena neta. Perdido entre a imaginação e a realidade, este homem marcado pela tristeza da perda, vai vaguear por um mundo que não é o seu, acabando por encontrar, no exílio, o consolo de uma verdadeira amizade. Segurando sempre a neta nos braços, alimentando-a e amando-a, ambos vivem dias de angústia pela incerteza do futuro. Mas saber que existe um futuro basta ao Senhor Linh para que não desista de fazer vingar a sua pequena Sang Diû, um nome que na sua língua significa Sem Deus. À medida que viajamos com este homem através dos seus medos, sentimentos e nostalgias, também em nós se mistura a verdade e a ficção, como se as emoções fossem nossas, tal é a intensidade das palavras que nos guiam. As lágrimas poderão assomar de vez em quando, mas a beleza superará a tristeza. Não obstante o desfecho desta história, cada vez menos inesperado à medida que avançamos no seu enredo, existe uma mensagem de esperança que passa, um sentido de vitória sobre a morte, uma força que separa a realidade superável da capacidade de inventar a nossa própria realidade, para tornar possível a sobrevivência emocional e a perpetuação do amor."

(Imagem daqui)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Livro Sexto



Livro Sexto, 1ª edição 1962
Sophia de Mello Breyner
Editorial Caminho, 2003


O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento



(SMB por Carlos Botelho, 2007)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Mestre de Petersburgo

"O mestre de Petersburgo" (1994)
 de JM Coetzee
 Dom Quixote Editora, 2004

Nos anos 60 do século XIX, Fiodor Dostoievski parte da Alemanha para S. Petersburgo na tentativa de clarificar os contornos ambíguos da morte do seu enteado. A acção combina o interesse de elementos Históricos e biográficos com as interrogações ficcionais que Coetzee brilhantemente formula. A riqueza das idiossincrasias e diálogos das personagens contrasta com a indigência e sordidez com que a cidade se nos apresenta. Por lá passam os reflexos de uma Rússia Czarista, a animosidade do lendário anarquista Nechayev e a profusão de reflexões e tormentos do Mestre, acolitado pelas dívidas, pelo luto, pela culpa e pela necessidade imperiosa de uma inspiração literária financeiramente rentável.
(Para mim, definitivamente 'unputdownable')